Erro médico cresce 506%

🔥 A relação entre calor extremo e envelhecimento acelerado;🙇‍♂️ Influenciadores do medo;🚀 Novo tratamento para anemia falciforme;🇧🇷 Brasileiro eleito eleito uma das 50 personalidades de 2025;🌪 Tour pelas healthlines;

o caminho para crescer  

🩺 Ótima quarta. Assim como Aquiles, todos carregamos um 'calcanhar' que nos torna humanos. Reconhecer nossas vulnerabilidades não é fraqueza, mas a chave para transformá-las em força. Afinal, é na aceitação de quem somos que encontramos o caminho para crescer.

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Destaques da 439º edição (além do título de hoje)

  • 🔥 A relação entre calor extremo e envelhecimento acelerado;

  • 🙇‍♂️ Influenciadores do medo;

  • 🚀 Novo tratamento para anemia falciforme;

  • 🇧🇷 Brasileiro eleito eleito uma das 50 personalidades de 2025;

  • 🌪 Tour pelas healthlines;

🩺 Quem acompanha a saúde, lidera a mudança!

A GRANDE HISTÓRIA

Processos por erro médico crescem 506% em um ano no Brasil 

Os números são chocantes: em apenas um ano, os processos por erro médico no Brasil cresceram 506%. Em 2024, foram 74.358 ações judiciais, um salto impressionante em relação às 12.268 registradas em 2023

  • 💰 Danos morais e materiais. A maioria dos processos busca compensação financeira por danos sofridos em atendimentos médicos.

O que é considerado erro médico?

Qualquer conduta que se afaste das diretrizes científicas e das boas práticas da medicina pode ser configurada como erro médico, se causar dano ao paciente. Mas nem toda complicação significa um erro, já que a Medicina não é uma matemática exata e imprevistos acontecem.

Brasil vs mundo:

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1 a cada 10 pacientes no mundo sofre danos durante o atendimento médico. Esse número equivale a 3 milhões de mortes por ano relacionadas a falhas nos cuidados de saúde. Entre as principais causas:

  • Erros na administração de medicamentos;

  • Falhas em diagnósticos e cirurgias;

  • Infecções adquiridas em ambiente hospitalar;

🇧🇷 E no Brasil? Em 2017, dados revelaram que seis mortes por hora ocorreram em hospitais públicos e privados devido a erros médicos. Pior: até 36% desses óbitos poderiam ter sido evitados.

CIÊNCIA

Calor extremo está associado ao envelhecimento acelerado

(Reprodução: Getty)

O calor pode estar fazendo mais do que apenas deixar os dias insuportáveis. Uma nova pesquisa sugere que viver em áreas com temperaturas extremas pode acelerar o envelhecimento biológico. Sim, o calor pode estar fazendo você envelhecer mais rápido do que deveria.

☀️ Como isso acontece?

Cientistas analisaram amostras de sangue de adultos com mais de 56 anos e descobriram que quem vive em regiões onde os termômetros passam dos 32°C por mais de 140 dias no ano pode envelhecer até 14 meses mais rápido do que aqueles que moram em locais mais frios.

O motivo? O calor extremo pode alterar quimicamente o DNA, acelerando mudanças moleculares associadas ao envelhecimento. Isso foi identificado através de “relógios epigenéticos” — biomarcadores que medem a idade biológica das células e ajudam a prever riscos de doenças relacionadas à idade.

🌡️ O que ainda não sabemos

Os cientistas alertam que o calor pode não ser o único culpado. Outros fatores ambientais e individuais também influenciam o envelhecimento. Além disso, algumas adaptações epigenéticas podem ser positivas, ajudando o corpo a se ajustar ao calor ao longo do tempo.

E tem mais perguntas sem resposta:

  • O ar-condicionado pode retardar esse envelhecimento?

  • Visitar áreas quentes por curtos períodos também teria esse efeito?

  • Se mudar para um clima mais frio pode reverter o processo?

Talvez seja hora de pensar duas vezes antes de escolher entre praia e montanha.

MUNDO

Influenciadores estão 'fomentando o medo' para promover testes de saúde sem necessidade

(Reprodução: Caroline Tompkins)

Se tem algo que viraliza na internet, é o medo. E alguns influenciadores estão lucrando com isso. Um novo estudo revela que criadores de conteúdo estão promovendo testes de saúde com pouca ou nenhuma comprovação científica, exagerando os benefícios e ignorando os riscos.

📊 O que foi analisado?

Pesquisadores da Universidade de Sydney examinaram 982 postagens no Instagram e TikTok de influenciadores que juntos somavam 194 milhões de seguidores no total. O foco eram cinco tipos de testes populares nas redes sociais:

  • Ressonância magnética de corpo inteiro;

  • Testes genéticos para detectar câncer;

  • Exames de sangue para testosterona;

  • Teste do hormônio antimülleriano (AMH), o “cronômetro da fertilidade”;

  • Teste do microbioma intestinal;

O problema? Os testes estavam sendo promovidos de forma enganosa. Afinal, sabemos que uma ressonância magnética não é um exame de rotina. Os influenciadores usam narrativas pessoais e discurso alarmista para convencer os seguidores. A mensagem é clara: “Se você não fizer esse teste, pode estar ignorando um problema grave.”

💰 Interesse financeiro

68% dos influenciadores analisados tinham algum tipo de envolvimento financeiro com os testes que promoviam. Em muitos casos, havia links diretos para a compra ou descontos exclusivos.

⚠️ O risco do sobrediagnóstico

Muitas vezes, nada de errado está realmente acontecendo. Esse fenômeno, chamado sobrediagnóstico, leva pessoas saudáveis a passarem por tratamentos desnecessários, gerando estresse, gastos e até procedimentos invasivos sem necessidade.

Por exemplo:

  • O teste de fertilidade feminina pode gerar pânico em mulheres com resultados baixos, levando a decisões precipitadas como congelamento de óvulos sem necessidade.

  • O teste de testosterona é frequentemente usado para vender suplementos ou tratamentos questionáveis, criando um “pânico da masculinidade”.

Se um influenciador te incentiva a fazer um teste de saúde, pense duas vezes. No fim das contas, saúde não se resume a um número em um exame. E não é o algoritmo do TikTok que deve decidir sua próxima consulta médica.

TOUR DE HEALTHLINES

💉 Jair Bolsonaro revelou ter implantado um "chip hormonal" para melhorar o desempenho sexual, mas o que isso realmente significa? Entenda como funciona, os riscos envolvidos e por que a falta de regulamentação no Brasil preocupa especialistas. 

🔎 O mistério genético do sertão: onde "todo mundo é primo". Em Serrinha dos Pintos, no Rio Grande do Norte, cientistas desvendaram a síndrome de Spoan, uma doença rara que afeta o sistema nervoso e é mais comum em comunidades com casamentos consanguíneos. 

🏥 Alexandre Padilha reassume o Ministério da Saúde fazendo as seguintes promessas: ‘’fortalecer o SUS’’ e ‘’reduzir o tempo de espera’’. Com experiência prévia no cargo e o legado do programa Mais Médicos, ele enfrenta o desafio de reconstruir o sistema após anos de desinvestimento.

👃 Ana Paula Cadamuro, dubladora de 31 anos, vive com um distúrbio que distorce cheiros e sabores desde que se recuperou da Covid-19. Agora, tudo tem um odor bizarro: do desinfetante que vira pamonha ao marido que lembra caldo de galinha. 

CIÊNCIA

Novo tratamento para anemia falciforme cura doença e é mais barato

Imagine um tratamento capaz de curar a anemia falciforme sem custar milhões de dólares — como é o caso da terapia genética. Essa possibilidade acaba de se tornar real. 

Um novo procedimento de transplante de medula óssea promete mudar o jogo. Além de expandir o grupo de possíveis doadores, ele reduz drasticamente os custos em comparação com as terapias genéticas mais recentes.

Como funciona?

O método usa medula óssea de doadores parcialmente compatíveis, que compartilham algumas, mas não todas, as mesmas proteínas celulares do paciente. Antes do transplante, o paciente recebe baixas doses de quimioterapia e irradiação, seguidas de medicamentos para evitar rejeições.

🚀 Os resultados são promissores:

  • 88% dos pacientes foram considerados curados.

  • 95% estavam vivos dois anos após o transplante.

  • A eficácia foi comparável à de doadores totalmente compatíveis.

💰 Menos custo, mais acesso

Enquanto as terapias genéticas custam entre US$ 2,2 milhões e US$ 3,1 milhões, o transplante com doador meio-compatível sai por US$ 467 mil. Ainda alto, mas uma fração do valor das terapias genéticas.

Além disso, o procedimento aumenta as chances de encontrar um doador, já que praticamente todo mundo tem um parente meio-compatível. Isso elimina a espera por um doador perfeito, acelerando o tratamento.

📈 Por que isso importa?

A anemia falciforme 8 milhões no mundo. É uma condição dolorosa e debilitante, que pode causar derrames, danos a órgãos e episódios de dor intensa.

EXTRA

Carlos Augusto Monteiro, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FPS-USP), foi eleito uma das 50 personalidades que influenciarão a sociedade em 2025 pelo jornal The Washington Post. Clique no post para saber mais.

Se a edição de hoje fosse um caso clínico, seria digna de publicação?

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