Aborto sem permissão

🤖 Coach de saúde de IA; 👁 Semaglutida e condição rara; 🎰 Você conhece o que é Ludopatia?

Autenticidade

☕️ Bom dia, meu caro leitor(a)! Seja uma pessoa autêntica. O mundo precisa de mais gente assim. 

Destaques da 343º edição: 

  • 🤖 Coach de saúde de IA;

  • 👁 Semaglutida e condição rara;

  • 🎰 Você conhece o que é Ludopatia?

🩺 Quem acompanha lidera a saúde!

OpenAI está trabalhando um “coach de saúde de IA”

(Reprodução: Cath Virginia)

O custo das doenças crônicas nos EUA é alarmante. Aproximadamente 129 milhões de americanos sofrem de pelo menos uma doença crônica e 90% dos US$ 4,1 trilhões são gastos anualmente em saúde sendo direcionados para tratar essas condições. É um gasto que tende a crescer, segundo um estudo.  

Qual a solução? A Inteligência Artificial. A OpenAI (criadora do ChatGPT), em parceria com a Color Health, está desenvolvendo um copiloto de IApara ajudar médicos na triagem de câncer e na criação de planos de tratamento.

Além disso, a OpenAI está investindo em produtos de saúde que oferecem recomendações baseadas em dados biométricos e laboratoriais dos usuários — os donos dos dados serão os donos do mundo… 

O novo treinador de saúde de IA pode fazer uma grande diferença na vida de pessoas ocupadas com doenças crônicas. Por exemplo, um paciente com diabetes pode receber lembretes para tomar medicamentos, sugestões de refeições rápidas e saudáveis e incentivo para pequenas pausas para exercícios. 

  • Diferente dos lembretes genéricos que vemos hoje, o treinador de IA oferece recomendações específicas, como trocar um refrigerante por água com limão ou fazer uma caminhada curta após buscar o filho na escola.

O que falta para isso se tornar realidade? Políticas regulatórias devem promover a inovação em IA enquanto protegem a privacidade. Profissionais de saúde precisam integrar a IA em suas práticas, garantindo segurança e eficácia. E as pessoas devem ser capacitadas a gerenciar melhor sua saúde diária com confiança na tecnologia.

Estudo que associa semaglutida à condição rara de cegueira

(Reprodução: Lauren Peters-Collaer)

Um estudo publicado na JAMA Ophthalmology sugere que a semaglutidapode aumentar o risco de neuropatia óptica isquêmica anterior não-arterítica (NOIA-NA) — uma condição que prejudica o suprimento sanguíneo do nervo óptico. 

O estudo não prova uma relação direta de causa e efeito, mas destaca a necessidade de mais discussões sobre os possíveis riscos. 

Contraponto:

➡️ A Novo Nordisk, fabricante do Ozempic, apontou várias limitações no estudo e afirmou que os dados não são suficientes para estabelecer uma ligação causal.

➡️ Quatro importantes entidades médicas brasileiras emitiram um alerta após a publicação desse estudo.

➡️ A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO), a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO) recomendaram que pacientes que utilizam a substância realizem exames de retina regularmente.

Para realizar o estudo, os pesquisadores analisaram os registros de mais de 17 mil pacientes tratados no Mass Eye and Ear nos seis anos desde o lançamento do Ozempic (2017). Eles dividiram os pacientes entre aqueles diagnosticados com diabetes ou sobrepeso e obesidade e compararam quem usava semaglutida com quem tomava outros medicamentos para diabetes ou perda de peso.

  • Os resultados mostraram que 8,9% dos pacientes com diabetes tipo 2 que usavam semaglutida tiveram problemas oculares — comparado a 1,8% dos que usavam outros medicamentos para diabetes.

  • Entre os pacientes com sobrepeso ou obesidade, 6,7% dos que usavam semaglutida tiveram problemas oculares — comparado a 0,8% dos que usavam outros medicamentos para perda de peso. 

🚨 Fica o alerta. Embora possa haver um aumento do risco relativo de NOIA-NA em usuários de semaglutida, o aumento do risco absoluto é muito baixo e não justifica a suspensão da medicação. Pacientes com diabetes devem fazer exames de retina periodicamente, conforme já indicado nas diretrizes atuais. Além disso, pacientes com histórico de NOIA-NA ou perda súbita de visão devem suspender imediatamente o uso do medicamento e buscar orientação médica.

A Sociedade Brasileira de Diabetes lançou uma nota de esclarecimento.

MAIS CIÊNCIA

🎰Ludopatia: vício em Jogos de Azar  

(Reprodução: Alberto Miranda)

Conhecido como ludopatia, o vício é reconhecido pela OMS como uma doença desde 2018. Esse transtorno requer tratamento especializado e está em discussão no Brasil com a proposta do governo de restringir o acesso de pessoas diagnosticadas com a doença às casas de apostas. 

A condição é caracterizada pelo desejo incontrolável de jogar. Aqui no Brasil, existe classificação CID 10-Z72.6 (mania de jogo e apostas) e 10-F63.0 (jogo patológico). Devido a facilidade de acesso (celulares e cassinos online), casos da doença têm aparecido com mais muito mais frequência. 

Patrícia, uma cozinheira, perdeu R$80 mil em dois meses após começar a jogar por curiosidade. Esse exemplo é apenas um dos últimos diversos casos relatados que mostram como o vício pode rapidamente evoluir de um passatempo para uma dependência devastadora.

  • O Ministério da Fazenda está elaborando regras para regular as plataformas de apostas no país. Uma das exigências é que essas casas identifiquem e impeçam que pessoas com comportamento de vício joguem ou apostem.

A ludopatia atua de maneira semelhante à dependência de álcool ou drogas. O vício é desencadeado pelo desejo incontrolável de jogar, ativando o sistema de recompensa do cérebro. A dopamina, um hormônio relacionado ao prazer, é liberada durante as apostas, reforçando a compulsão.

Vale lembrar que a doença não é nova, e que existe desde a época das casas de bingo e caça-níqueis. No Brasil, a Irmandade de Jogadores Anônimos apoia pessoas com dependência de jogo desde 1993.

🐯  Muitas pessoas acreditam que podem parar sozinhas, e o fato de não conseguirem é o sinal mais exato de que existe sim o vício. Na grande maioria precisam de ajuda profissional terapêutica, que visa reverter o processo de recompensa alterado pelo jogo patológico e lidar com a ausência da emoção das apostas.

Ministério Público de MG denuncia dois médicos por praticar aborto sem consentimento da mulher

(Reprodução: Alex Gilbeaux)

Dois médicos em Minas Gerais estão enfrentando acusações graves por terem realizado um aborto sem o consentimento da paciente.

Segundo o Ministério Público, a mulher, grávida de 39 semanas, esperou por horas no hospital até que o feto falecesse. A promotoria está agora investigando as circunstâncias que levaram a essa tragédia, que aconteceu em 2022. 

O caso gerou muita indignação e debate público, pois a paciente disse que nunca autorizou o procedimento. De acordo com os promotores, a mulher estava em trabalho de parto quando foi internada, mas não recebeu o atendimento adequado. Enquanto aguardava por assistência, seu bebê morreu por um quadro de sofrimento fetal agudo — levando os médicos a realizarem o aborto sem consultá-la ou obter sua permissão. 

Negligência? A denúncia ressalta a falta de atendimento adequado e a negligência no cuidado com a gestante. A investigação aponta que os médicos envolvidos tomaram a decisão de realizar o aborto de maneira unilateral, ignorando completamente os desejos e direitos da paciente.

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