Vírus que sobreviveu à pasteurização

🧠 Tumores cerebrais; ⌚️ Smartwatches e Parkinson; 📉 Reduzindo os sintomas do Alzheimer;

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Destaques da 331º edição:

  • 🧠 Tumores cerebrais;

  • ⌚️ Smartwatches e Parkinson;

  • 📉 Reduzindo os sintomas do Alzheimer;

Vírus da Gripe Aviária sobreviveu à Pasteurização

(Reprodução: Sebastian Castaneda)

Um estudo publicado no New England Journal of Medicine revelou que o vírus da gripe aviária H5N1 pode sobreviver a métodos padrão de pasteurização em leite contaminado com altas concentrações do vírus.

🔬 Embora o fornecimento comercial de leite continue seguro, as autoridades de saúde pública alertam que a presença elevada do vírus pode prolongar o tempo necessário para sua completa eliminação. Esta descoberta foi feita em condições experimentais de laboratório e sugere a necessidade de estudos em equipamentos de pasteurização reais.

🔎 Pesquisadores do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas adicionaram o vírus isolado de um leão da montanha morto em Montana ao leite de vaca cru e não pasteurizado. Em seguida, trataram o leite a 63°C e 72°C por diferentes períodos de tempo:

  • 63°C: Houve uma redução acentuada dos níveis de vírus infecciosos em dois minutos e meio, indicando que a pasteurização padrão de 30 minutos a 63°C oferece um grande buffer de segurança.

  • 72°C por 15 segundos: Pequenas quantidades de vírus permaneceram infecciosas, levantando preocupações sobre a eficácia desse método de pasteurização para eliminar completamente o H5N1.

💉 Até o momento, 95 rebanhos bovinos em 12 estados dos EUA foram afetados pelo H5N1, com três infecções humanas detectadas em trabalhadores agrícolas. O vírus não demonstrou, até agora, a capacidade de se espalhar de pessoa para pessoa.

Mudança intensiva no estilo de vida pode reduzir sintomas do alzheimer

(Reprodução: Andrei Cojarcu)

💡 Está cada vez mais claro. Mudanças de estilo de vida saudável não apenas reduzem o risco de Alzheimer, mas também beneficiam pacientes com comprometimento cognitivo leve (MCI) ou Alzheimer precoce, conforme sugere nova pesquisa.

Após 20 semanas, pacientes submetidos a uma intervenção multimodal intensiva apresentaram melhorias significativas em cognição e função comparados aos cuidados usuais.

  • Biomarcadores, como a razão beta-amiloide (Aβ) 42/40 no plasma- (um aumento ou diminuição dessa razão pode ser um indicador de risco ou progressão da doença de Alzheimer), mostraram aumento de 6,4% no grupo de intervenção e queda de 8,3% no grupo de controle.

A Universidade da Califórnia, San Francisco, expressou otimismo com os resultados, que podem trazer novas opções para pacientes. Este é o primeiro estudo controlado que mostra melhorias significativas na cognição e função no Alzheimer inicial. Os achados foram publicados em 7 de junho de 2024, na Alzheimer's Research & Therapy.

🔎 O estudo de fase 2 incluiu 51 pacientes, entre 45 e 90 anos, com MCI ou Alzheimer precoce. A intervenção, realizada via Zoom devido à COVID-19, incluía uma dieta vegana minimamente processada, suplementos selecionados, exercícios diários e práticas de manejo do estresse. 🧘

Após 20 semanas, a taxa de melhora clínica global foi superior no grupo de intervenção. As pontuações no Alzheimer’s Disease Assessment Scale-Cognitive Subscale (ADAS-Cog) e na Clinical Dementia Rating Global (CDR Global) melhoraram no grupo de intervenção e pioraram no grupo de controle. 🤯

A Alzheimer’s Association, destacou a necessidade de pesquisas maiores e mais diversas. Mas, esses resultados já reforçam a importância de incorporar hábitos saudáveis no dia a dia, com recomendações da Alzheimer’s Association sobre ações que podem melhorar a saúde cerebral.

Novos caminhos para o tratamento de tumores cerebrais

(Reprodução: Leonardo Santamaria)

O Instituto de Neurologia de Curitiba (INC) tem se destacado no uso do ácido 5-aminolevulínico (5-ALA), um corante farmacológico, em cirurgias de tumores malignos cerebrais. Essa inovação não só melhora a eficiência das cirurgias, mas também potencializa tratamentos subsequentes como a irradiação e a quimioterapia. 🏥

  • Pioneiro na América Latina, o INC é um dos poucos centros mundiais a combinar a cirurgia com fluorescência do 5-ALA e a terapia fotodinâmica intraoperatória (TFD) para pacientes com gliomas malignos, uma combinação que está revolucionando o tratamento desses tumores.

📚 Os estudos. O primeiro estudo do INC destaca a aplicação do 5-ALA em uma variedade de tumores cerebrais, incluindo meningiomas e metástases, ressaltando a segurança, viabilidade e custo-benefício dessa tecnologia. O 5-ALA fica confirmado como uma ferramenta essencial na cirurgia de gliomas malignos. O segundo estudo, publicado na Acta Neurochirurgica, apresenta os resultados de uma pesquisa prospectiva sobre a associação do 5-ALA com a TFD em cirurgias de gliomas, iniciada em 2022.

☑️ Eficaz. O artigo no Journal of Neuro-Oncology valida o 5-ALA como um método seguro e eficaz, apesar do alto custo global, que varia entre 1.000 a 3.000 dólares por paciente. Com os esforços do INC, o hospital consegue utilizar o corante por um custo significativamente menor, acessível desde 2015. 

Já o estudo na Acta Neurochirurgica demonstra a eficácia da TFD imediatamente após a ressecção de gliomas malignos. Utilizando um difusor de luz vermelha, uma reação fotoquímica destrói células cancerosas residuais marcadas pelo 5-ALA, melhorando a sobrevida dos pacientes de maneira prática e segura, sem riscos adicionais. Esses avanços indicam um futuro promissor no combate aos tumores cerebrais. 🧠

Smartwatches podem monitorar sintomas de Parkinson, diz estudo

(Reprodução: Apple)

Um relógio em seu pulso pode te ajudar. Os smartwatches — aqueles relógios inteligentes que muitos de nós já usamos no dia a dia — podem ser uma grande ajuda para monitorar os sintomas do Parkinson, especialmente nos estágios iniciais da doença.

Um estudo publicado na revista NJP Parkinson’s Disease, da Nature, revelou que esses dispositivos podem ser ferramentas valiosas 🔧 para os especialistas analisarem a progressão dos sintomas e, potencialmente, acelerarem a aprovação de novas terapias.

  • A doença afeta o sistema nervoso central e o sistema motor, causando sintomas como tremores, rigidez muscular, problemas de equilíbrio e lentidão nos movimentos. Porém, esses sinais podem variar bastante de uma pessoa para outra, o que dificulta o acompanhamento. Tradicionalmente, o rastreamento dos sintomas é feito de maneira subjetiva durante visitas ao médico, o que pode não refletir a experiência real dos pacientes no dia a dia.

⌚️ É aí que os smartwatches entram em cena. Eles têm o potencial de monitorar continuamente os sintomas, como tremores e movimentos reduzidos, além de coletar dados adicionais por meio de tarefas simples, como tocar na tela ou gravar a voz, ajudando a monitorar sintomas relacionados à fala. Com essa coleta contínua e em tempo real, os médicos podem ter uma visão mais precisa e detalhada da progressão da doença.

Detalhes. No estudo WATCH-PD, os pesquisadores acompanharam pacientes com Parkinson em estágio inicial por 12 meses. Durante esse período, os smartwatches registraram vários dados importantes: declínios cognitivos relacionados à marcha, aumento dos tremores e pequenas mudanças na fala. 

Os dispositivos também detectaram diminuição no balanço dos braços e no número de passos diários, sintomas típicos da doença. Esses dados foram consistentes com outros estudos de longo prazo sobre o Parkinson. 

🗣️ Especialista. Jamie Adams, professor associado de Neurologia no Centro Médico da Universidade de Rochester e principal autor do estudo, destacou que “este estudo mostra que os dados gerados por smartwatches e smartphones podem monitorar e detectar remotamente alterações em múltiplos aspectos da doença. Estas avaliações digitais podem ser essenciais para avaliar a eficácia de futuras terapias”.

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