O hype da IA na Medicina

🐁 Esses ratos sabem dirigir; 🍄 Soldados querem terapia psicodélica; 🖼 As memórias estão além do cérebro;

☕️ Bom dia! Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo.

Destaques da 394º edição: 

🐁 Esses ratos sabem dirigir;

🍄 Soldados querem terapia psicodélica;

🖼 As memórias estão além do cérebro; 

🩺 Quem acompanha a saúde, lidera a mudança!

Veteranos de guerra querem da terapia psicodélica para saúde mental

(Reprodução: Aïda Amer)

A busca dos veteranos por terapias inovadoras tem ganhado força e um tom de urgência. O tratamento com psicodélicos para o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) – uma alternativa que tem mostrado potencial – ainda enfrenta barreiras regulamentares, como a recente rejeição da FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA) de uma terapia à base de ecstasy. No entanto, a pressão por opções que tratem o TEPT é uma realidade entre ex-combatentes e defensores da saúde mental.

Dados do Departamento de Assuntos de Veteranos apontam que cerca de 29% dos veteranos que serviram no Afeganistão e no Iraque podem desenvolver TEPT em algum momento. Por exemplo, a taxa de suicídios nesse grupo também é alarmante. Para muitos, terapias convencionais não são suficientes.

  • A Iraq and Afghanistan Veterans of America, destaca uma “sede palpável” por alternativas, refletindo a necessidade premente de novas abordagens.

🍄 Psychedelics como cogumelos mágicos e LSD, criminalizados desde os anos 1970, têm sido alvo de pesquisas promissoras. Em 2017, a FDA concedeu revisão rápida para um tratamento combinando ecstasy e terapia, e o Departamento de Assuntos de Veteranos começou a financiar pesquisas sobre essas terapias este ano. Contudo, para superar os obstáculos, mais de 1.200 veteranos recorreram a organizações como a Heroic Hearts Project, que conecta ex-combatentes a terapias psicodélicas fora do país.

Enquanto estados como Oregon e Colorado avançam na regulamentação de psicodélicos para uso terapêutico, o caminho ainda é incerto. Mas a determinação dos veteranos para expandir o acesso continua. Em meio a novos estudos e regulamentações, eles veem não apenas uma esperança para suas próprias batalhas internas, mas uma oportunidade de ampliar a compreensão sobre saúde mental e o poder de alternativas inovadoras para transformá-la.

Ratos ao volante, o que dirigir pode nos ensinar sobre a alegria

(Reprodução: Kelly Lambert)

Imagine ratos dirigindo pequenos carros… Foi exatamente isso que Kelly Lambert, neurocientista da Universidade de Richmond, e sua equipe descobriram ao treinar ratos para dirigir em troca de uma recompensa. Mas mais surpreendente que a habilidade de direção foi o entusiasmo dos roedores em antecipar a experiência, sugerindo que a antecipação de momentos divertidos pode ter um efeito positivo no cérebro.

🍃 Bem-estar. Ratos em ambientes estimulantes — com brinquedos e companheiros — aprenderam a dirigir mais rápido e mostraram sinais de otimismo em comparação aos que viviam em ambientes comuns. 

  • A neuroplasticidade, ou capacidade do cérebro de se adaptar e aprender, parece ser ampliada quando há uma expectativa de algo positivo, sugerindo que o ambiente e a antecipação influenciam diretamente o bem-estar.

Atividades prazerosas. Os ratos até desenvolviam comportamentos inesperados, como levantar as caudas, comportamento associado à dopamina, um sinal de prazer. A equipe viu nisso uma expressão de alegria, sugerindo que até os ratos podem experimentar emoções positivas ao antecipar atividades prazerosas. 

Uma lição importante: aproveitar não apenas o destino, mas a jornada até ele. No mundo das recompensas instantâneas, os ratos mostram que a antecipação de algo positivo pode enriquecer o dia a dia, estimulando o cérebro de formas que beneficiam o bem-estar e a resiliência.

Estudo descobre que memórias não estão apenas no cérebro

(Reprodução: Daniel Zender)

Imagine que suas memórias não estão apenas guardadas no cérebro, mas espalhadas pelo corpo todo. Uma nova pesquisa da Universidade de Nova York revelou que células de órgãos como o rim e o sistema nervoso têm a capacidade de aprender e criar memórias, assim como os neurônios.

🧫 Como as células “não cerebrais” aprendem? Os cientistas testaram células não cerebrais com padrões químicos para simular o aprendizado. Assim como neurônios, essas células ativaram um "gene da memória" quando expostas a sinais espaçados.

  • 🔬 Isso foi possível porque os cientistas inseriram uma proteína que indicava quando o “gene da memória” estava ativo ou inativo. Essas células ativaram o gene com mais intensidade e por mais tempo, assim como os neurônios reagem quando aprendemos com pausas entre as informações.

💭 Implicações para o tratamento de memória. Essas descobertas podem transformar tratamentos de problemas de memória e aprimorar o aprendizado. Por exemplo, células do pâncreas poderiam ajustar níveis de glicose com base em refeições anteriores, e até células cancerígenas poderiam “lembrar” de padrões de quimioterapia, melhorando a precisão dos tratamentos.

O hype da Inteligência Artificial na Medicina 

Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) tem sido apontada como a chave para revolucionar a medicina. Mas será que ela realmente pode cumprir esse papel? Com promessas grandiosas e ferramentas inovadoras, a IA levanta expectativas e desconfianças. Sistemas como o MYCIN e o Watson já se destacaram no passado, mas a realidade mostrou que os desafios práticos ainda são grandes. 

  • 🚀 Acelerando processos. Uma abordagem para entender o impacto da IA na saúde vem de Robert Pearl, que sugere três perguntas simples. 

☝️A primeira delas é se a IA acelera processos que os humanos já podem realizar. Exemplos de sucesso incluem o AlphaFold2, da Google DeepMind, que revolucionou o estudo de proteínas, e um projeto da Universidade de Pittsburgh que usa IA para identificar interações de medicamentos de forma muito mais rápida. 

📊 A segunda questão é sobre a confiabilidade dos dados, assim: A complexidade da genética humana torna o problema insolúvel, não importa o quão inteligente seja a tecnologia? Um dos principais obstáculos para a IA no setor da saúde é a inconsistência e a falta de precisão das informações, pois afetam o desempenho das ferramentas de IA e comprometem seu potencial transformador. Para que as tecnologias possam oferecer recomendações confiáveis, é fundamental contar com dados estruturados e precisos.

Por fim, o sucesso da IA dependerá de as pessoas mudarem seus comportamentos? A reflexão é sobre o verdadeiro potencial da IA para resolver grandes problemas de saúde. Dario Amodei, CEO da Anthropic, acredita que, em breve, a IA poderá até dobrar a expectativa de vida humana. Mas será que estamos prontos para essa revolução? 

Para refletir… Quando as promessas da IA se apoiam em pesquisas científicas confiáveis, é importante abraçá-las. Porém, se as previsões desafiam princípios biológicos ou psicológicos, é melhor não cair no hype.

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