Nestlé e Ozempic

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Destaques da 320º edição: 

• 🧟‍♂️ Células Zumbis;

• 🤖 Classificando tumores com IA;

• 🍁 Cannabis de alta potência;

Células Zumbis são a chave para frear o envelhecimento? 

As células senescentes, conhecidas como "células zumbis", estão presentes em todo o corpo e liberam moléculas prejudiciais que degradam tecidos, afetando a cognição, aumentando a fragilidade e enfraquecendo o sistema imunológico 😵. Com o envelhecimento, a quantidade dessas células aumenta, e o sistema imunológico se torna menos eficaz em eliminá-las.

A senescência é um estado em que as células deixam de crescer e se dividir, mas resistem a morrer, liberando sinais biológicos nocivos. Pesquisadores acreditam que compreender e manipular esse processo pode ser essencial para revitalizar tecidos envelhecidos e aumentar a longevidade saudável. Ensaios clínicos estão explorando medicamentos e ferramentas genéticas para eliminar essas células, combatendo doenças associadas ao envelhecimento.

🔎 Em 2023, um estudo da Clínica Mayo, publicado na revista Aging Cell, identificou proteínas liberadas por células senescentes que podem servir como biomarcadores para prever resultados de saúde em idosos. Níveis elevados desses biomarcadores no sangue foram associados a um maior risco de mortalidade. Essas descobertas sugerem que, no futuro, esses biomarcadores poderão ser utilizados clinicamente para identificar pessoas em risco de desenvolver doenças crônicas.

• Em 2015, a Clínica Mayo descobriu que compostos como dasatinibe e quercetina podiam matar células senescentes em camundongos 🐁, resultando em menos fragilidade e corações rejuvenescidos.

🔬 Essa descoberta deu origem ao campo da senolítica, que busca desenvolver medicamentos para combater doenças relacionadas ao envelhecimento. Apesar dos avanços, os agentes senolíticos ainda estão em fase preliminar de estudo, e muitas questões sobre sua eficácia e segurança em humanos permanecem.

Embora promissoras, as terapias senolíticas exigem mais pesquisas para garantir sua segurança e eficácia. Os cientistas continuam a investigar como esses tratamentos podem ser aplicados de forma segura, visando um futuro onde o envelhecimento saudável seja uma realidade alcançável.

Cannabis de alta potência está associada a psicose 

Durante o congresso anual da American Psychiatric Association (APA) nesse mês, um dos temas foi sobre as preocupações acerca dos efeitos da cannabis de alta potência no desenvolvimento cerebral dos adolescentes. 🌿

• Segundo a Dra. Yasmin Hurd, Ph.D., diretora do Addiction Institute do sistema de saúde Mount Sinai, os produtos de cannabis atuais, com concentrações de tetraidrocanabinol (THC) que saltaram de 2-4% para 15-24%, colocam os jovens em risco elevado de desenvolver psicose, transtorno por uso de substâncias e alterações no desenvolvimento cerebral. 🧠

Estudos mostram um aumento dramático no uso de cannabis entre adolescentes, com um estudo da Oregon Health & Science University indicando um crescimento de 245% desde 2000. A Dra. Nora Volkow, diretora do National Institute on Drug Abuse dos Estados Unidos, ressalta que a ampla disponibilidade da cannabis contribui para seu uso predominante entre jovens. 

👀 A explicação. A adolescência é um período crítico para o risco de transtornos psiquiátricos, incluindo a psicose. Durante o neurodesenvolvimento, a exposição à cannabis pode alterar o sistema endocanabinoide e, consequentemente, o desenvolvimento de vias neurais cruciais para funções como recompensa, regulação emocional e cognição, potencializando o risco de transtornos psiquiátricos. 

O uso de cannabis em doses elevadas pode desencadear episódios psicóticos, especialmente entre jovens do sexo masculino. Além disso, a idade de início e a frequência de uso da substância são fatores determinantes para o desenvolvimento de transtornos. 😷

Apesar dos desafios, a plasticidade do cérebro em desenvolvimento oferece uma janela de oportunidade para prevenção e intervenção precoce, que pode alterar a trajetória de risco. Com a possível reclassificação da maconha pela Drug Enforcement Agency dos Estados Unidos de uma substância controlada de Classe I para Classe III, torna-se ainda mais urgente abordar esses riscos. 

A Dra. Hurd e seus colaboradores defendem que uma parte significativa dos recursos fiscais gerados pela indústria da cannabis deve ser direcionada para estratégias de intervenção e prevenção precoce, visando minimizar o impacto da droga no cérebro em desenvolvimento e promover a saúde mental dos adolescentes.

Essa IA consegue classificar tumores no cérebro com 95% de precisão

Pesquisadores da Australian National University desenvolveram uma nova ferramenta de inteligência artificial para identificar e classificar tumores cerebrais com até 95% de precisão. Os resultados foram publicados na revista Nature Medicine.

🧬 O método atual padrão é baseado na metilação do DNA, que controla a atividade genética. Contudo, esse processo pode levar semanas, um tempo precioso para pacientes que necessitam de decisões rápidas sobre terapias. Além disso, poucos hospitais no mundo têm acesso a esse tipo de teste.

Para enfrentar esses desafios, os pesquisadores, em colaboração com o Instituto Nacional do Câncer dos EUA, desenvolveram o DEPLOY. Esta ferramenta de IA prevê a metilação do DNA e classifica os tumores cerebrais em 10 subtipos principais. Utilizando imagens histopatológicas de tecido cerebral, a IA foi treinada e validada com dados de aproximadamente 4 mil pacientes dos EUA e Europa.

• O DEPLOY alcançou uma precisão de 95% na identificação e classificação de tumores cerebrais; 🧠

• de 309 amostras particularmente difíceis, a ferramenta forneceu um diagnóstico clinicamente mais relevante do que os patologistas.

Os pesquisadores acreditam que a ferramenta pode ser expandida para classificar outros tipos de câncer. A aplicação da IA no diagnóstico e tratamento do câncer pode revolucionar a medicina, oferecendo diagnósticos mais rápidos e precisos, essenciais para o tratamento eficaz dos pacientes. Este desenvolvimento pode transformar a abordagem ao tratamento do câncer. 🚀

Nestlé lança pizza e sanduíche para usuários de Ozempic e Wegovy

A Nestlé está se adaptando ao mercado fitness 💪 com uma nova linha de refeições destinadas a usuários de medicamentos para perda de peso com GLP-1, como Ozempic. A nova marca, Vital Pursuit, oferece 12 opções de refeições congeladas, com porções controladas e ricas em proteínas e fibras, visando atender consumidores focados no controle de peso e usuários de medicamentos GLP-1.

🤑 Vital Pursuit é a primeira marca da Nestlé voltada especificamente para usuários de drogas como Ozempic e Wegovy. Isso coloca a empresa na competição para atrair consumidores que buscam produtos alimentícios compatíveis com seus tratamentos. O mercado de medicamentos para obesidade é promissor, com previsões de alcançar US$100 bilhões em breve. Analistas do JP Morgan estimam que cerca de 9% da população dos EUA estará utilizando esses medicamentos até 2030.

A informação é que medicamentos como Ozempic e Wegovy podem aumentar a economia dos EUA em US$1 trilhão nos próximos quatro anos. Embora os efeitos a longo prazo dos GLP-1 na saúde sejam desconhecidos, estudos recentes indicam que o Wegovy pode reduzir sintomas de insuficiência cardíaca e ajudar na perda de peso sustentada por até quatro anos.

Neil Saunders, analista de retalho da GlobalData Retail, explicou que a adição de Vital Pursuit ao portfólio da Nestlé é estratégica, considerando que os medicamentos GLP-1 podem impactar os fabricantes de alimentos. A Nestlé já possui a marca Lean Cuisine, focada em dieta, mas considerada ultrapassada. 🥗 Vital Pursuit, com ênfase em nutrição e equilíbrio, busca atrair novos clientes e expandir seu público.

A Vital Pursuit promete oferecer alimentos acessíveis, US$4,99 (R$25,53) ou menos, e saborosos que atendam às necessidades dos consumidores focados em controle de peso. A linha inclui sanduíches, pizzas e bowls feitos com grãos integrais ou massas proteicas 😋, enriquecidos com nutrientes como potássio, cálcio e ferro, importantes para aqueles que comem menos devido aos medicamentos. 

A Nestlé espera capturar um segmento emergente do mercado de alimentos, e parece que vai conseguir.

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