A geração Z da medicina

📈 A história de Carolina Arruda; 🏥 Novos tempos na Medicina; 🔎 Perdoar é saudável?

Um passo à frente

☕️ Bom dia! A vida é feita de escolhas. Quando você dá um passo para frente, alguma coisa consequentemente terá que ficar para trás.

Destaques da 339º edição: 

  • 📈 A história de Carolina Arruda;

  • 🏥 Novos tempos na Medicina;

  • 🔎 Perdoar é saudável? 

🩺 Quem acompanha lidera a saúde!

A geração Z da medicina

(Reprodução: Giphy)

A geração Z, nascida entre 1995 e 2010, está mudando significativamente o perfil da medicina no Brasil

Entre os jovens médicos, a maioria é formada por mulheres e há uma predominância de generalistas. A proporção de médicos jovens no país cresceu 26% nos últimos três anos, passando de cerca de 75 mil em 2020 para mais de 95 mil em janeiro de 2024. Qual caminho esses profissionais estão seguindo? 

Muitos desses novos profissionais optam por trabalhar em plantões hospitalares devido à melhor remuneração, em vez de seguir programas de residência médica. Para atrair e reter esses médicos, o programa Mais Médicos oferece incentivos financeiros e cursos de especialização, especialmente em áreas de atenção primária e saúde da família.

Em março do ano passado, o programa passou a incluir cursos de especialização em instituições públicas e reembolsos para quem estudou através do Fies, com valores entre R$ 238 mil e R$ 475 mil por profissional. 

Também houve o primeiro aumento na bolsa oferecida desde 2019, elevando a média salarial dos participantes para cerca de R$ 12,3 mil. Esses incentivos são considerados essenciais para jovens médicos, que muitas vezes estão começando suas famílias e se estabelecendo em novas localidades. 

🇧🇷 A distribuição desses jovens profissionais, no entanto, é desigual pelo país. O Norte apresenta desafios significativos, com estados como Amapá e Acre registrando as menores proporções de jovens médicos por mil habitantes, com 0,22 e 0,29, respectivamente. A concentração de médicos nas capitais e a migração de recém-formados para grandes centros urbanos agravam essa situação.

  • 🔎 Além disso, a recente criação de faculdades de medicina e a ausência de programas de residência em várias especialidades dificultam a retenção de profissionais nessas regiões.

O contraste. A Paraíba tem se destacado com a maior proporção de jovens médicos por mil habitantes, atingindo 0,95, acima da média nacional de 0,53. O estado se beneficia de uma alta oferta de vagas em cursos de medicina e programas de residência, o que facilita a fixação de jovens médicos. O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) projeta que, em cinco anos, dois terços dos médicos no estado terão menos de 40 anos. 

🗣️Há também uma preocupação crescente com a falta de prática durante a graduação. Muitos recém-formados saem da faculdade sem a competência técnica necessária para exercer a profissão de maneira plena, o que os torna inseguros e desvalorizados.

Esta nova geração de médicos está transformando o cenário da saúde no Brasil. O aumento no número de jovens profissionais e a mudança em seu perfil têm implicações significativas para a distribuição de serviços médicos e a qualidade do atendimento. 

A desvalorização dos cursos de medicina

(Ilustração: The DNA/ Fonte: Valor Econômico)

Novos tempos. A oferta de cursos de medicina aumentou tanto que o valor das vagas despencou, e isso irá refletir no mercado de trabalho médico.

📉 Anteriormente, uma vaga nos cursos de medicina poderia ser negociada por até R$3 milhões, mas esse valor caiu para R$ 1,2 milhão recentemente. 

  • Além disso, o Ebitda das faculdades de medicina também apresentou uma redução notável: em 2022, a Afya adquiriu uma instituição por 5,8 vezes o Ebitda, enquanto este ano uma aquisição similar custou 4,2 vezes o Ebitda (sigla em inglês para Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização). 

📈 Está sobrando vagas. Muitas instituições privadas enfrentam dificuldades para preencher turmas, recorrendo a várias listas de chamadas. A relação candidato/vaga caiu drasticamente de 31,9 em 2014 para 8,9 em 2022. 

  • Por enquanto, os valores das mensalidades se mantêm, mas a tendência é de queda. Se o ritmo acelerado de novos cursos se manter, as instituições terão que diminuir o valor das mensalidades para conseguirem preencher todas as vagas. 

Desde 2019, houve um aumento no número de alunos devido à ampliação de vagas do programa Mais Médicos II e processos judiciais. 🔎 Atualmente, há cerca de 2 mil vagas abertas por meio de liminares, e o MEC está analisando processos que podem liberar até 11,5 mil vagas adicionais.

O impacto tanto no mercado educacional quanto no mercado de trabalho médico preocupa. Com a redução do valor das vagas e a ampliação do número de alunos, as faculdades enfrentam novos desafios para manter sua atratividade e preencher suas turmas. 

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🧠 Estudo relaciona alterações na microbiota intestinal ao autismo em crianças. A pesquisa foi publicada nesta segunda-feira (8) na revista Nature Microbiology.

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O seu médico pode ser um holograma

(Reprodução: Holoconnects/Nyt)

Em maio, o Hospital Regional Crescent em Lancaster, Texas (Estados Unidos), introduziu uma inovação futurista: consultas médicas realizadas por meio de hologramas.

Imagine entrar em um quarto de hospital, sentar-se e começar a conversar com um médico que, na realidade, está a quilômetros de distância. Esta é a experiência proporcionada pelo Holobox, um dispositivo de 200 quilos e 2,1 metros de altura que exibe um vídeo ao vivo altamente realista em 3D de uma pessoa. 😲

💸 Valores. Cada Holobox custa US$ 42 mil (cerca de R$ 229,5 mil), com uma taxa de serviço anual adicional de US$ 1.900 (aproximadamente R$ 10.383). A imagem de alta qualidade dá ao paciente a sensação de que o médico está presente no local.

  • 👨‍⚕️ Em parceria com a Holoconnects, empresa de tecnologia digital sediada na Holanda, o grupo hospitalar começou a oferecer aos pacientes a capacidade de ver seu médico remotamente como um holograma.

A tela grande e a câmera sofisticada do Holobox permitem que um médico veja o corpo inteiro do paciente, o que é útil para avaliar características como a marcha ou a amplitude de movimento, algo especialmente útil em fisioterapia.

Apesar dos benefícios, há preocupações com a falta de melhoria na qualidade e acessibilidade do atendimento, além do alto custo. Para a medicina, a tecnologia de hologramas oferece uma nova dimensão à telemedicina, mas ainda precisa provar sua eficácia e viabilidade econômica em comparação com métodos tradicionais.

O perdão. Será que a pressão para perdoar é realmente saudável?

(Reprodução: Giphy)

Repensando o Perdão. Vários terapeutas, escritores e acadêmicos estão repensando a ideia de que o perdão é sempre necessário para a cura. Eles argumentam que, embora fazer as pazes possa ser saudável, as pessoas não devem se sentir pressionadas a perdoar.

Estudos mostram que o perdão pode trazer benefícios à saúde mental, mas também é importante reconhecer que cada pessoa tem seu próprio ritmo e processo. Forçar o perdão pode, na verdade, retardar a recuperação emocional.

Quando é hora de dar perdão? O perdão, seja como for alcançado, não acontece imediatamente. O perdão pode ser autodestrutivo e perigoso se feito sob pressão. O fato é que existe uma verdadeira ''indústria de perdão'' que prega a necessidade de perdoar a todos — frequentemente retratada em livros de autoajuda e palestras TED. A resposta é, portanto: o tempo

Da próxima vez que alguém disser que você deve perdoar, lembre-se de que cada jornada é única. O mais importante é respeitar seus próprios sentimentos e encontrar o caminho que melhor funcione para você. Afinal, perdoar é uma escolha pessoal e não uma obrigação.

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