Fim dos atestados falsos

⚖️ Dois médicos condenados; 📉 Flexibilidade reduz mortalidade; 📈 A maior taxa de suicídio do mundo;

☕️ Bom dia! A vida passa rápido demais para ficarmos só esperando a semana terminar. Todos os dias, tente fazer coisas pequenas que te façam lembrar como é bom estar vivo. 

Destaques da 366º edição: 

📱 Celulares causam câncer no cérebro?

💰 Afya recebe R$ 500 milhões;

🇺🇸 Novo Papanicolau;

🦇 Morcegos e mortalidade infantil;

🩺 Quem acompanha lidera a saúde!

Fim dos atestados médicos falsos?

(Reprodução: Giphy)

Uma plataforma que vai acelerar o processo de emissão de atestados e ainda permitir o acesso a todos os atestados emitidos. O Conselho Federal de Medicina lançou o Atesta CFM — uma plataforma digital criada para garantir a autenticidade dos atestados médicos emitidos no Brasil. Com a nova ferramenta, médicos poderão validar e autenticar atestados de forma segura, o que promete reduzir fraudes e irregularidades. 

  • Empresas e trabalhadores também serão beneficiados, pois a plataforma permitirá verificar se os documentos foram emitidos por profissionais devidamente registrados. A obrigatoriedade do uso do Atesta CFM começa em 5 de março de 2025.

🔒 Segurança e transparência.  O médico será notificado de todos os atestados emitidos em seu nome, e os trabalhadores poderão acessar seu histórico diretamente na ferramenta. As empresas terão acesso aos documentos de forma segura — eliminando o risco de perda e de falsificações. 

Como funciona a plataforma? O processo é simples: médicos acessam o site, preenchem seus dados e, após autenticação, emitem os documentos digitalmente. O sistema também permite a personalização dos atestados e o envio digital tanto para o trabalhador quanto para o empregador, facilitando o acesso a partir de qualquer dispositivo, inclusive em consultas por telemedicina.

Surpreendente: um novo estudo relaciona mortalidade infantil à queda populacional de morcegos

(Reprodução: Kim Raff)

📈 A relação entre morcegos e a saúde humana pode parecer inesperada, mas uma nova pesquisa revela conexões impressionantes entre a queda populacional desses animais e o aumento da mortalidade infantil em áreas agrícolas.

Morcegos são grandes aliados naturais no controle de pragas, já que consomem uma enorme quantidade de insetos. No entanto, quando uma doença chamada síndrome do nariz branco começou a afetar morcegos nos Estados Unidos, fazendeiros passaram a usar mais pesticidas para proteger suas plantações — isso gerou um efeito colateral preocupante: o aumento de mortes infantis.

O estudo, publicado na Science, descobriu que, onde a população de morcegos caiu, o uso de pesticidas subiu em 31%. Nessas mesmas áreas, a mortalidade infantil aumentou em 8%

  • 💡 A pesquisa utilizou diversas abordagens para eliminar outras possíveis causas, como desemprego e overdoses, mas nenhuma outra explicação se mostrou tão convincente quanto o aumento dos pesticidas.

Além de proteger as lavouras, os morcegos desempenham um papel essencial na manutenção da biodiversidade. Estima-se que eles gerem um valor econômico de bilhões de dólares por ano, só pelo controle de pragas. No entanto, mais da metade das espécies de morcegos na América do Norte está em risco de declínio severo nos próximos 15 anos, devido a fatores como a perda de habitat e as mudanças climáticas.

DOBRADINHA DE CIÊNCIA

Celulares causam câncer no cérebro? 

(Reprodução: Eric Helgas )

Você já deve ter ouvido falar que usar celular pode causar câncer no cérebro, principalmente pelo fato de ficarmos com ele na orelha durante ligações… Essa preocupação tem circulado há anos, mas será que há realmente fundamento nisso? 

Celulares emitem ondas de rádio, que são um tipo de radiação não ionizante. Isso significa que, diferente da radiação ionizante (como raios-X), essas ondas não têm energia suficiente para causar danos diretos ao DNA das células, que é o que poderia levar ao câncer. 

O veredito. Um estudo recente, encomendado pela OMS, revisou mais de 5 mil estudos, sendo que 63 deles foram incluídos na análise final. O resultado? Não foi encontrada nenhuma associação entre o uso de celulares e o câncer no cérebro — nem mesmo em usuários de longo prazo (mais de 10 anos de uso frequente).

  • Esse é o estudo mais abrangente até o momento e reforça o consenso científico de que as ondas de rádio dos celulares não estão relacionadas ao câncer no cérebro ou outros tipos de câncer na cabeça e pescoço.

Você pode se perguntar: mas e aqueles estudos que sugerem o contrário? Em 2011, a Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC), uma divisão da OMS, classificou as ondas de rádio como "possivelmente carcinogênicas" para humanos. Isso causou bastante alarde, mas é importante entender o contexto. Essa classificação foi baseada em estudos observacionais, que podem ser tendenciosos, como pessoas relatando que usaram o celular mais do que realmente usaram.

Desde então, novas pesquisas, incluindo essa recente revisão sistemática, nos dão uma confiança muito maior de que não há risco significativo. A tecnologia avançou, e nossos dados também.

Apesar do aumento maciço no uso de tecnologias sem fio, como celulares, nas últimas décadas, a incidência de câncer no cérebro não subiu proporcionalmente — isso também reforça a ideia de que o uso de celular, em níveis comuns, não oferece risco à saúde nesse sentido.

Novo exame menos invasivo de Papanicolau já está disponível nos EUA

(Reprodução: Courtesy Becton)

Mais conforto, menos invasão… sem precisar passar pelo desconforto do Papanicolau tradicional. Com os novos kits de autocoleta, que já estão disponíveis em clínicas nos Estados Unidos, as pacientes podem fazer o procedimento sem o uso de espéculos

  • Essa novidade é ideal para quem sofre de traumas ou dor crônica, tornando o exame mais acessível e confortável.

A Food and Drug Administration (FDA) já aprovou essa tecnologia, desenvolvida pela BD (Becton, Dickinson and Company) e também pela Roche. O procedimento é simples. A própria paciente coleta a amostra de células vaginais no consultório, como faria com uma amostra de urina. O melhor? O custo é similar ao do exame tradicional e é coberto pelas seguradoras, garantindo acesso para mais pessoas. O resultado sai no mesmo tempo que o exame de Papanicolau.

🏠 Triagem sem sair de casa. Mas a inovação não para por aí. Pesquisadores já estão trabalhando em uma versão domiciliar do teste, o que permitirá às mulheres realizarem o exame no conforto de suas casas. Essa opção promete revolucionar ainda mais a prevenção ao câncer cervical, tornando o cuidado com a saúde algo simples e prático, sem a necessidade de uma visita ao médico.

📊 Atrasos na prevenção, um problema comum. Nos EUA, cerca de 25% das mulheres estão com a triagem de câncer cervical em atraso, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer. O problema é mais sério no sul do país, onde o acesso aos cuidados preventivos é mais limitado, resultando em taxas mais altas de mortalidade por essa doença que pode ser tratada. 

Afya recebe R$ 500 milhões para ampliar educação médica 

(Reprodução: Divulgação)

📈 Ela não para. A Afya está determinada a causar um impacto nas comunidades onde atua. Com o recente empréstimo de R$ 500 milhões da International Finance Corporation (IFC), a empresa planeja realizar 3,4 milhões de atendimentos médicos gratuitos nos próximos seis anos — focando em regiões com alta vulnerabilidade social. 

Essa captação de recursos é o primeiro empréstimo da IFC vinculado a metas de sustentabilidade com foco em educação e saúde

A Afya tem mostrado avanços significativos nas suas práticas de ESG (âmbito social, ambiental e de governança), com destaque para a instalação de usinas fotovoltaicas em 16 instituições de ensino, garantindo energia limpa e renovável. Só em 2023, essa iniciativa evitou a emissão de mais de 700 toneladas de CO2.

Além de atender comunidades, o novo financiamento permitirá à Afya ampliar vagas em seus cursos de Medicina e melhorar as avaliações pelo Ministério da Educação (MEC), buscando notas 4 e 5. 

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